SP sai do estado de atenção, mas chuva continua

Com a diminuição das chuvas na capital paulista, o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) retirou às 15h25 todos os estados de atenção da cidade, incluindo o da marginal Tietê, que duravam desde a madrugada.

Mas o estado de atenção para deslizamentos continua nos bairros Perus, Pirituba, Casa Verde e Jaçanã (zona norte), Capela do Socorro e Parelheiros (zona sul), Lapa (zona oeste), e Itaquera, Itaim Paulista, Ermelino Matarazzo e Aricanduva (zona leste). E seguem em alerta para desmoronamentos e deslizamentos os bairros de Freguesia do Ó, Butantã, São Miguel, Vila prudente, Campo Limpo, M'Boi Mirim e Penha. Em alerta máximo estão as regiões de São Mateus, Cidade Tiradentes, e Guaianazes.

Segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), uma chuva de intensidade leve a moderadara deve cair de forma constante na capital até o início da noite, com potencial para formação de novos alagamentos. Com isso, o índice pluviométrico deve aumentar ainda mais e superar o índice de 29 de março de 2006, quando choveu 73,3 mm.

A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) informou na tarde de hoje que o rodízio de veículos em São Paulo voltará a valer a partir das 17h para carros com placas finais 3 e 4. As multas por desrespeito ao rodízio aplicadas durante a manhã foram anuladas por conta do caos provocado pela chuva na cidade.

A cidade, que chegou a registrar mais de cem pontos de alagamento, agora registra ruas desobstruídas.

Vítimas
Equipes do Corpo de Bombeiros localizaram nesta madrugada, por volta das 5h45, uma pessoa que foi soterrada após um deslizamento de terra seguido de desmoronamento de barraco na favela Santa Madalena, região do Sapopemba, na zona leste de São Paulo. A vítima é Francisco de Oliveira Lima, de 45 anos.

Em Santana do Parnaíba, na região metropolitana de São Paulo, houve outro soterramento. Três crianças e um adulto foram localizados e retirados sem vida durante a manhã.

Segundo informações iniciais do Corpo de Bombeiros, o desmoronamento de um barranco atingiu a residência, onde estavam as quatro pessoas, na rua Planeta, no bairro conhecido como 120.

Em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, uma casa desmoronou e uma pessoa morreu. A residência ficava na rua Caiabu, na Vila Monte Belo.

De acordo com a corporação, um motoqueiro teria sido arrastado pela enxurrada também nesta madrugada na Estrada de Poá, junto à avenida Governador Jânio Quadros, na região de Ferraz de Vasconcelos na região leste da Grande São Paulo. Viaturas foram acionadas para o local, mas, até as 7 horas, ninguém havia sido localizado.

No Jardim Romano, no bairro do Itaim Paulista, no extremo leste da capital, diversas casas estão inundadas. A água já passa de um metro e meio de altura e muitas pessoas estão ilhadas. Os bueiros entupidos agravaram a situação. Um prédio na região teve o térreo tomado pela água.

Ceagesp
Houve alagamento também na Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), onde a água chegou a um metro de altura. Segundo a assessoria de imprensa do entreposto, os setores mais afetados foram os de frutas, armazéns e silos, pescados e flores, mas não há produtos boiando, porque os produtores conseguiram se precaver antes da água subir.

A chuva paralisou a atividade na Ceagesp. O setor de pescados parou por volta de 3h e a feira de flores, que acontece às terças e costuma acabar às 11h30, foi encerrada às 8h. O entreposto só deve voltar suas atividades amanhã, segundo a assessoria de imprensa.

Falta de luz
Em razão da chuva, cinco bairros da capital ficaram sem luz, segundo a AES Eletropaulo. Na Lapa de Baixo e Água Branca (zona oeste), Vila e Vila Mazzei (zona norte), a energia foi restabelecida no início da tarde.

Já o Jardim Andaraí, que faz parte do Parque Novo Mundo, permanece sem luz desde a manhã de hoje. De acordo com a AES Eletropaulo, o circuito que atende essa região beira a Marginal Tietê, e a companhia encontra dificuldade de acesso ao local devido ao trânsito intenso.

Por volta das 14h30, a queda de uma árvore sobre a rede elétrica deixou sem luz a região do Canindé, em um trecho da av. Tiradenste e da av. Cruzeiro do Sul, mas a luz já voltou ao local.

Aeroportos operam por instrumentos
Por conta do mau tempo, os aeroportos de Congonhas, na zona sul da capital paulista, e de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, estão operando com auxílio de instrumentos - quando o piloto necessita da ajuda de equipamentos para alinhar a aeronave com a pista.

Segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), dos 138 voos programados até as 15 horas no Aeroporto de Congonhas, 33 partiram com atraso e 13 foram cancelados. No Aeroporto Internacional de Cumbica, dos 147 voos programados, 7 foram cancelados e 66 decolaram com atraso.

Trens parados
Por volta das 16h30, a circulação de trens foi liberada em ambos os sentidos na linha 7 - Rubi (Luz - Francisco Morato) entre as estações de Caieiras e Jundiaí, na Grande São Paulo. A linha estava bloqueada desde o início da manhã em razão de um alagamento na via férrea.

Segundo a assessoria de imprensa da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), o Plano de Apoio entre Empresas de Transporte frente a Situações de Emergência (Paese) foi acionado, mas devido ao alagamento, nem ônibus estão consguindo circular na região.

A circulação de trens na linha 11 - Coral (Brás - Estudantes) entre as estações Poá e Ferraz de Vasconcelos já se normalizou. A linha 9 - Esmeralda, que também teve problemas de alagamemto, já voltou a operar no início da manhã.

Dia de caos
A chuva que atingiu a capital na madrugada e durante a manhã inundou diversas casas da zona leste, deixou pelo menos seis mortos e provocou um grande congestionamento na cidade.

Além do transbordamento dos rios Tietê e Pinheiros, houve o extravasamento do córrego Três Pontes, em Itaim Paulista, e do ribeirão dos Meninos, na divisa de São Paulo com o município de São Caetano do Sul.

Às 13h, o CGE registrou os maiores índices pluviométricos na subprefeitura de Consolação (117 mm), Lapa (106,8 mm) e Itaim Paulista (102,9 mm). Por região, o centro apresentou 96,4 mm, a zona oeste, 84,5 mm, a zona leste, 68,6 mm, a zona norte, 64 mm e a zona sul, 49,4 mm. A precipitação média total registrada na cidade é de 67,4 mm.

Neste ano, o volume de chuvas mais intenso havia sido registrado no dia 8 de setembro, quando foram registrados em média de 60,5 mm na capital. O índice registrado hoje supera os maiores volumes alcançados nos últimos dois anos -- 60,8 mm no dia 29 de janeiro de 2008 e 62,2mm no dia 19 de dezembro de 2007.



Fonte : Uol Noticias